domingo, 1 de agosto de 2010

Aposentar e a Arte de Recomeçar

Essa semana fiquei especialmente feliz, pois fui ao banco receber meu primeiro salário do INSS. Senti uma emoção tão grande, principalmente quando a moça do banco ao olhar o documento me perguntou:
- Aposentadoria por tempo de contribuição, nossa mas você é tão novinha!
Sorrindo, lhe respondi que comecei a trabalhar com 15 anos. Na realidade, comecei aos 18 e, enquanto aguardava ser atendida, me lembrei de meu primeiro emprego. Foi no Banco Nacional, fui fazer um teste com uma amiga só para lhe fazer companhia e eu acabei sendo escolhida. Que saia justa, que medo, como assim trabalhar num banco, eu não tinha experiência nenhuma, mas claro que eu aceitei. Meus pais estavam viajando e eu nem tinha CIC (hoje CPF). Na época eu namorava o Túlio e ele me levou para tirar os documentos que faltavam. Quando meus pais chegaram, lhes dei a boa notícia, eles ficaram orgulhosos e felizes.
Quanto à amiga, não teve problema, ela nem estava mesmo muito a fim de trabalhar, e somos amigas até hoje!
Acabei desistindo de trabalhar no banco depois de algum tempo, pois estava dificil conciliar trabalho, inglês e faculdade. Porém, só deixei daquele trabalho em função de um concurso que eu havia prestado e passado na Secretaria da Fazenda Municipal.
Logo após deixar o banco já ingressei no novo emprego, permaneci lá até me casar e vir para São Paulo. Com a Graça de Deus e proteção de Minha Mãezinha, após 6 meses aqui em SP, arrumei emprego na CESP.
Me senti emocionada e orgulhosa, sem essas bobagens de me sentir velha, acabada, deprimida, não, nem pensar, conseguir realizar uma tarefa até o fim, concluir, estar viva, em plena forma, poder agora usufruir de outras coisas, ter tempo para casa, família, viagens, leituras, diversões, amigos, escrever um blog, e por que não, tempo para simplesmente não fazer nada, sem sentir culpa.
As pessoas tem mania de perguntar, você se aposentou e não está fazendo nada? Estar em casa, realizando todas as tarefas de uma dona de casa, mãe e esposa é não fazer nada? A vida aqui fora é muito boa e temos que simplesmente mudar a palavra Aposentar por Recomeçar.
Agora, o que mais me emocionou mesmo foi estar em companhia do meu maridão, que lá atrás, há 30 anos, esteve ao meu lado, apoiando, ajudando e assim permaneceu.
Quando já estávamos morando aqui em São Paulo, casada e comecei a trabalhar, ele foi meu grande incentivador e aliado, me ajudou principalmente com as crianças. Nunca reclamou ou desanimou, nunca deixou que eu entregasse os pontos, se uniu a mim nessa luta, conseguia combinar seus horários de uma forma que pudesse me atender, já que eu ficava "presa" num escritório 8, 9, 10 horas por dia. É uma vitória de anos e a certeza de que podemos vencer todos os obstáculos que encontramos pela vida, que são inúmeros, se fizermos isso focamos num mesmo ideal e olhando numa mesma direção. Ser feliz não é impossível e só olharmos ao nosso lado, ela está bem ali, do nosso ladinho. Obrigada meu amor por ter sido o meu único e grande companheiro nessa jornada, obrigada mesmo e vamos que vamos que o mundão nos aguarda!!!!