Dos 7 aos 17

Minha filhota fará colação de grau do ensino médio, entrará numa nova fase, está se despedindo do Colégio "Visconde de Porto Seguro", onde estudou dos 7 aos 17 anos.

Sei que um filminho irá passar em sua cabeça, os amigos que permaneceram e os que foram, os professores que fizeram parte desse seu crescimento, os seus amores, suas alegrias, suas decepções, o sonho realizado quando fez sua festa de 15 anos. Alguns ficarão para sempre em sua memória, outros nem tanto!
Me lembro de sua ansiedade no primeiro dia de aula, um novo mundo se abria para ela e como toda garota, estava ao mesmo tempo deslumbrada e assustada com esse momento!
Me lembro da primeira reunião de pais, quando sua professora me disse:
- Ela é um amorzinho!!!!
É óbvio que fiquei toda toda, afinal tratava-se da minha filhinha amada.
A cada ano que passava uma nova descoberta e uma nova emoção.
Ao ingressar na 5a. série, novamente aquele friozinho na barriga, deixar de ser menina e ser uma mocinha.
Me lembro de como era responsável e estudiosa, quando ela vinha com o seu caderno pedir ajuda, eu brincava com o Túlio:
- Lá vem a Érika com o caderninho.
Mocinha que já era começou a despertar para outras coisas, me lembro de quando se apaixonou pela primeira vez, era um garoto lindo e inteligente, porém daqueles terríveis, que gostavam de zuar todas as garotas.
Quando ela chegava da escola todos os dias, eu parava o que estivesse fazendo e lhe falava:
- Me conte tudo, como foi seu dia?
Acho que a partir daí ficamos muito mais unidas, a partir daí passamos a ter uma necessidade incrível de conversar sobre tudo, e confesso que eu adoro isso!
Daí veio outro garoto, o popzinho da escola, aquele que toda garota suspirava, eu ria litros dela me contar sobre ele. A gente se divertia juntas!!!
Na oitava série ela se apaixonou de verdade, seus olhinhos brilhavam quando me falava do garoto e aí eu comecei a me preocupar, percebi que pela primeira vez tratava-se de um sentimento verdadeiro, daqueles que machucam, que faz a garota praticar uma série de erros, dar cabeçadas e eu uma mãe nóia que sou, queria proteger meu bebê e lhe aconselhava a fazer as coisas que a experiência havia me mostrado como deveria ser, é claro que ela não fazia nadinha do que eu dizia e quebrava a cara, aí o que restava para nós era chorarmos juntas!!!
No primeiro colegial o sonho de realizar sua festa de 15 anos, fizemos absolutamente tudo juntas, tratamos dos mínimos detalhes e a festa foi realmente linda, tudo perfeito com seus amigos presentes, familiares e o seu grande amor.
Porém, um susto, essa história de festa a tirou do foco dos estudos e em agosto fui chamada na escola, a Érika estava perigando de tomar bomba, suas notas estavam baixas e sentindo-me culpada disse a ela não se preocupar, pois ela iria provar para o Coordenador e para ela própria que era capaz e ia passar sim, com louvor!
Começou a frequentar um curso para reforço das matérias e estudava dia e noite sem parar, se mostrou uma guerreira quando me disse:
- Sabe mãe eu detesto que me digam que eu não vou conseguir alguma coisa, odeio ser colocada como uma "looser", vou provar pra todos eles que eu sou capaz de vencer!
No final do ano ela obteve o melhor presente de seu ano que já havia sido maravilhoso, ela passou em todas as matérias direto!
Passou a ser referência na escola, a partir desse episódio, o Sr. Márcio a citava como exemplo de superação. 
Obrigada Sr. Márcio pelo puxão de orelha, valeu!!!!
No segundo colegial ela foi tranquila e também passou em todas as matérias direto.
Agora no terceiro, ela foi mais suave, a aconselhei não fazer cursinho, era o último ano, deveria sim aproveitar ao máximo, participar de todas as festas, viver cada dia com intensidade. E foi o que ela fez, viajou para Porto Seguro, participou das festas da escola e claro, não passou direto.
Agora chegou o momento de sua graduação, são tantos os momentos maravilhosos e marcantes que só ela tem em sua memória, pois é a sua vida, os seus momentos, uma nova trajetória que está apenas começando.
Ano que vem fará cursinho para ingressar numa faculdade, de novo minha filha irá sentir aquele frio na barriga, aquela insegurança natural, viverá novos tempos, conhecerá novas pessoas, viverá novos amores.
Com certeza, como se fosse aquela menininha de 7 aninhos, estarei ansiosa à sua espera, deixarei tudo o que estiver fazendo, me sentarei ao seu lado e lhe direi:
- Me conte tudo, como foi seu dia?