Frei Dom Inácio
nasceu em Ribeirão Preto no dia 28 de agosto de 1897, foi bispo da diocese de
Guaxupé e faleceu nessa cidade no dia 29 de maio de 1963. A sua ordenação
prebiteral ocorreu em Veneza e foi eleito bispo no dia 15 de março de 1949,
recebendo a ordenação episcopal no dia 26 de maio de 1949. No dia 21 de maio de
1952 passou a ser bispo na Diocese de Guaxupé. (**fonte Wikipédia)
Nasci em Guaxupé e nos mudamos para Ribeirão Preto
quando eu tinha aproximadamente 5 anos. Desde pequena escuto minha mãe falar de
Dom Inácio com admiração, ternura e depois que ele faleceu, com devoção.
Dom Inácio não é um Santo, ainda não foi canonizado,
nem beatificado, mas acredito, ou melhor, tenho certeza, trata-se daquelas
pessoas que passam no mundo e são de alguma forma, diferentes, possuem uma alma
elevada. Alguns podem dizer que ele é um espírito de luz, um anjo, um guia. Eu
só sei que Dom Inácio para todos de minha família é uma Pessoa muito especial.
Minha mãe sempre foi muito “devota” e agora contarei
alguns episódios que fizeram com que essa devoção só aumentasse.
Minha irmã se casou muito nova, portanto ainda
adolescente eu já tinha dois sobrinhos.
Era férias de julho e minha irmã estava em casa com as
crianças, na época o mais velho tinha 3 anos e o mais novo 1 ano e meio. Ela
tinha apenas 22 anos.
Certo dia ela começou a sentir que seu lado direito estava
“esquisito”, parecia meio paralisado. Meus pais ficaram atentos e preocupados,
mas o susto mesmo foi num dia que estávamos almoçando e ela foi pegar uma travessa
e a deixou cair.
Todos correram para o hospital e então começou a grande
preocupação e a fé em Dom Inácio.
Na época eu fiquei meio sem entender o que estava
acontecendo, minha irmã era tão nova, saudável e bonita. A maneira de eu ajudar
foi cuidar dos meninos.
Minha irmã permaneceu alguns dias no hospital, seu lado
direito estava paralisado. Graças a Deus não havia paralisado o rosto, apenas o
braço e a perna. Exames começaram a ser realizados e hoje eu entendo a aflição
de minha mãe ao vê-la ajoelhada no chão do quarto com a oração de Dom Inácio
nas mãos. Me emociono ao lembrar de meu pai quieto, andando de um lado para o
outro de casa sem nada falar, apenas pensar.
Eu me sentia tão inútil, não sabia o que fazer, então
me apeguei aos meninos, ficava com eles o tempo todo, virei a “mãezinha” deles.
No dia em que minha irmã ia fazer um exame lá bastante
complicado e perigoso, minha mãe colocou a oração de Dom Inácio debaixo do
travesseiro de minha irmã e Graças à Sua Luz e Mãos Imaculadas tudo correu bem.
Depois de alguns dias ela voltou para a casa de meus
pais e ainda não estava cem por cento, ela estava mancando bastante e o braço
não estava totalmente fortalecido.
Ela fez algumas sessões de fisioterapia, porém a melhor
forma de fazê-la voltar a andar sem mancar foram as broncas de meu pai, que
todas as vezes que a via mancando lhe falava:
_Lucília, anda direito, sem
mancar!
Sem dúvida, o melhor tratamento, pois quando meu pai se
aproximava, ela tratava de mandar um aviso ao cérebro para não mancar, se esforçava
de uma maneira quase impossível de imaginar, mas ela conseguiu!
Papai sem dúvida foi sábio, passar a mão na cabecinha
da filhinha não ia fazê-la voltar a andar normalmente, muito pelo contrário.
Milagrosamente, com a fé de minha mãe, a sabedoria de
meu pai e seu próprio esforço, minha irmã saiu dessa sem nenhuma sequela. Quem
a vê hoje nunca imaginaria que isso lhe ocorreu quando ela tinha apenas 22
anos.
Ela completamente curada e sem nenhuma razão médica
para o que lhe havia ocorrido, o médico só pediu que ela deixasse de tomar
pílula anticoncepcional por algum tempo.
Minha irmã retornou para sua casa, na época ela morava
em São João da Boa Vista, me senti aliviada e feliz com sua recuperação, porém
triste que meus “irmãozinhos” iriam embora.
Só que vinham mais provações pela frente, pois com a
falta da pílula, minha irmã, depois desse sufoco todo que passara, engravidou
novamente.
Para completar, somente na terceira gestação ela foi
descobrir que tinha sangue RH negativo.
A preocupação de meus pais começaram novamente, os
cuidados com sua gestação e as orações de minha mãe a Dom Inácio, pedindo a Ele
luz e proteção para que tudo corresse bem com minha irmã e seu bebê.
No dia 12 de junho, minha irmã com apenas 23 anos deu a
luz um menino que nasceu com o mesmo sangue dela, porém magrinho e branco igual
neve.
Meus pais foram buscá-la e me recordo bem no dia que
eles chegaram com aquele bebezinho magrinho e que minha irmã disse que gostaria
que ele tivesse o mesmo nome de nosso pai, Hélio.
Henrique, Fábio e Hélio Inácio |
Na noite que minha irmã chegou com seu caçula ela
começou a ter uma febre muito alta que não cedia de forma alguma. Mamãe e papai
correram com ela para o hospital, foi diagnosticado que ela estava com uma
infecção bastante grave. Os médicos tomaram todas as providências possíveis e
disseram que precisaria aguardar com ela internada para ver a reação do
organismo. Ela ficou desesperada, pois havia seu filho recém nascido, que
inclusive estava muito frágil e precisava muito dos cuidados da mãe. Novamente
minha mãe recorre a Dom Inácio e as duas num gesto de devoção, prometeram como
ato de gratidão se no outro dia ela não tivesse mais nada o bebê então se
chamaria Hélio Inácio.
Novamente um pedido atendido, uma graça alcançada e o
mais interessante dessa história é que minha irmã sempre fez questão que todos
o chamassem pelos dois nomes e assim permanece até hoje esse costume.
Muitos nem deveriam entender bem o que levava a família
inteira o chamar de “Hélio Inácio”, deveriam pensar, que coisa mais estranha.
É verdade, a Graça Divina, a Fé tem seus mistérios,
seus encantos e por que não dizer, suas esquizitices.
E por falar em mistérios, esse meu sobrinho Hélio, que
também é Inácio, ganhou no ano passado seu maior tesouro, sua maior benção. Já
desacreditado que poderia um dia tornar-se pai, eis que no dia 28 de agosto de
2012, nasceu seu primeiro filho, o lindo Leonardo, exatamente no mesmo dia que nasceu Inácio João Dal Monte.
Presto essa homenagem a esse Homem de Luz que minha
família teve o prazer de conhecer, pois além dessas grandes Graças que nossa
família alcançou por seu intermédio, recebi uma muito especial e como forma
agradecimento quero deixar aqui para que outras pessoas o conheçam.
Convido a todos também, que conheçam a minha linda
cidade natal, Guaxupé, onde Dom Inácio descansa em sua cripta na belíssima
Catedral da cidade.